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Nota de Repúdio - Ministério da Saúde

Em 14/01/2024 o Ministério da Saúde mais uma vez publicou em suas redes sociais comunicado direcionado a mulheres no qual se refere a nós com termos extremamente desumanizantes, como "pessoa que gesta" e "pessoa que pariu".


Percebemos que há uma adesão total do Governo atual a uma “cultura woke” que privilegia demandas masculinas e desumaniza mulheres: não somos mais consideradas seres humanos do sexo feminino mas sim uma “identidade”, uma “performance”, um conjunto de “estereótipos” ou “intervenções estéticas” que poderiam ser adotados por qualquer um.


Para que essa ideologia se sustente, é preciso dissociar a palavra mulher de tudo que é exclusivo ao sexo feminino, como menstruar, gestar, parir ou amamentar, ou restaria claro que nenhuma pessoa do sexo masculino pode reivindicar para a si a nomenclatura "mulher".


E assim o Governo nos faz regredir, em pleno século XXI, ao status contra o qual lutamos há milênios: o de sermos vistas apenas como um corpo desprovido de cidadania, um “corpo que pare”, uma “pessoa com útero”, “que menstrua”, “com vagina” ou qualquer outro termo desumanizante como os que o Governo vem adotando por meios de seus órgãos oficiais, sob o manto de um suposto progressismo.



Não há, no entanto, progresso algum no apagamento da palavra mulher ou na sua cooptação por homens que a reivindicam para si. Pelo contrário: mais uma vez somos definidas não por nós mesmas e enquanto seres humanos completos mas pelo que os homens definem que é ser mulher.


Ressaltamos que não há equivalente dessa nomenclatura desumanizante para os homens. Não se encontra qualquer publicação do Ministério da Saúde referindo-se a "pessoa que ejacula" ou "pessoa com próstata", por isso chamamos essa agenda política e ideológica pelo que ela é: Anti-Mulher.


Infelizmente, cada vez nos surpreendemos menos com publicações como essa vindas de órgãos do Governo, que se recusam a sequer dialogar com os grupos de mulheres que se opõem a essa desumanização. Em que parte do programa de governo do presidente Lula constava a proposta de adoção desse tipo de linguagem e medida? Em que debate ou palanque as mulheres, que votaram em massa nesse Governo, foram informadas de que seriam tratadas desta forma? Quando exatamente fomos rebaixadas a uma sub categoria desprovida de definição e não nomeada?


O Governo Lula não parece disposto a dar essas respostas, mas as mulheres darão uma resposta ao Governo.

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